Se o gato domesticado, ainda no Antigo Egipto, era sinal de boa sorte e protecção contra energias negativas, chegando mesmo a ganhar estatuto de faraó com direito a idolatria e mumificação após a morte, na Idade Média o caso muda de figura.
Nasce o "mito do gato preto", com toda a superstição e paganismo a ele associados.
Vamos desmistificar esta história, na semana mais assustadora do ano! Búúúú :)
Desde a altura em que eram considerados protectores do lar e animais merecedores de todas as mordomias, no tempo dos faraós, até aos dias de hoje, o gato (e mais concretamente o gato preto) passou por épocas menos felizes de perseguição, extermínio e sacrifícios bárbaros.
Apesar do seu papel importante no extermínio do rato - destruidor de plantações, causador de doenças e portador da pulga que originou a terrível peste negra que matou 25 milhões de pessoas na Europa do século XIV (um terço da população) - a sobrepopulação de gatos vadios tornou-os indesejáveis.
É na Idade Média, tendencialmente marcada por uma febre religiosa de superstição, baseada no medo e na falta de (in)formação, que nasce o "mito do gato preto".
Sendo um animal maioritariamente noctívago e com o corpo desenvolvido para se movimentar bem no escuro, apenas a luz reflectida nos olhos o denunciavam, causando o pânico numa população inculta e supersticiosa.
Os gatos pretos começaram a ser queimados ou enforcados em praça pública, em rituais pagãos e cristãos. Também os mendigos, pobres ou mulheres que viviam sozinhas, que os alimentavam e cuidavam deles, sofreram o mesmo tratamento, julgando-se que seriam feiticeiros ou bruxas.
Alguns séculos nos separam do obscurantismo da Idade Média e o gato preto já deixou de ser o 'demónio' que se julgava, mas ainda hoje, em gatis e associações que promovem a adopção responsável (como a >>Miacis<<), os gatinhos que ficam para último são os pretos.
E apesar de toda a informação disponível (em contraste com a que não havia no século XIV), na semana do Halloween / Dia de Todos os Santos ainda se pratica o sacrifício do gato preto...
Felizmente, sabemos que a Yoko está protegida, aguardando a sua nova família, mas outros há que estão em perigo. É preciso acabar com esta crença, através da informação e educação!
Este texto foi escrito com base no artigo publicado pelo site >>Arca de Noé<<. Decidimos não publicar as superstições mais comuns, mas quem quiser poderá continuar a informar-se sobre este assunto.
su·pers·ti·ção
substantivo feminino
1. Sentimento de veneração religiosa fundada no temor ou ignorância e que conduz geralmente ao cumprimento de falsos deveres, a quimeras, ou a uma confiança em coisas ineficazes.
2. Opinião religiosa fundada em preconceitos ou crendices.
3. Presságio que se tira de acidentes e circunstâncias meramente fortuitas.
"superstição", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2013, http://www.priberam.pt/dlpo/supersti%C3%A7%C3%A3o [consultado em 27-10-2015].
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